quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

BERNE...MOSCAS A VISTA!

É preciso salientar que, embora os bernes ocorram com mais frequência no verão, eles podem aparecer 
em qualquer outra época do ano. 
Basta que haja condições favoráveis 
(ocorrência de dias quentes no inverno, por exemplo). 
Daí os cuidados no combate às moscas devam ser contínuos.

Os bernes são larvas de moscas que se desenvolvem no tecido subcutâneo de animais. É comum o seu aparecimento em pessoas que vivem ou frequentam o campo. A infestação da pele por bernes também é considerada uma miíase (proliferação de larvas de mosca em tecido vivo), mas ela é diferente da lesão de pele denominada “bicheira”. 
  As larvas de mosca se desenvolvem e se alimentam de tecido vivo, caminhando pelas regiões circunvizinhas, causando grandes "crateras" sob a pele. No caso do berne, apenas uma larva se desenvolve no local e a lesão não é invasiva, ou seja, a larva permanece todo o tempo no lugar por onde penetrou A mosca causadora do berne, também chamada de "mosca berneira" (Dermatobia hominis), usa um artifício muito interessante para a perpetuação da sua espécie. 
   Esse inseto vive por apenas 24 horas. Na época da postura, que ocorre nas estações mais quentes do ano (presença de temperatura e umidade ideais), a mosca berneira "captura" um outro inseto, normalmente uma outra espécie de mosca, e nele deposita seus ovos na região do abdômen. mediatamente se projetam para fora do ovo, caminham por entre os pelos até atingirem a pele. Ali criam uma pequena perfuração por onde penetram. 
   É nesse local que a larva irá se desenvolver. Em cerca de 1 semana, a larva já aumentou 8 vezes de tamanho, podendo permanecer por 40 dias ou mais na pele do hospedeiro, crescendo continuamente. O orifício por onde a larva penetrou continua aberto, é através dele que a larva respira. Por esse detalhe torna-se fácil reconhecer uma lesão causada por berne: um nódulo subcutâneo com um orifício bem visível na superfície da pele. As larvas possuem o corpo recoberto por pequenos espinhos. Sua movimentação dentro do orifício causa dor e incômodo. 
   Alguns animais apresentam diversos bernes espalhados por todo o corpo, não sendo poupadas as orelhas, a cauda, a região entre os dedos, prepúcio, etc.. As larvas devem ser extraídas para livrar o animal da dor, caso contrário, o cão tentará mordiscar a pele a todo momento tentando retirá-las. Caso o berne venha a morrer antes de completar seu ciclo, o orifício de respiração se fecha. O nódulo sob a pele pode ou não ser absorvido pelo organismo. 
    A morte da larva também costuma ocorrer quando pessoas sem experiência tentam "espremer" o berne para forçá-lo a sair. Existe a maneira correta de fazer isso e é melhor pedir auxílio ao veterinário. Dependendo da região onde o berne está, o cão precisará receber uma pequena dose de sedativo para suportar o procedimento de retirada da larva. 
    Para evitar os bernes, é preciso manter as moscas afastadas. Remova as fezes do cão várias vezes ao dia, lave diariamente o local onde ele urina e mantenha o lixo da casa sempre bem fechado. Algumas gotas de essência de citronela espalhadas pela pelagem do cão podem evitar que insetos pousem. Medicamentos por via oral devem ser aplicados, ao mesmo tempo em que controlam a infestação de pulgas, impedem o desenvolvimento de larvas de moscas sob a pele. Informe-se com o seu veterinário.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SARNA SEM MISTÉRIO

A Sarna do cão é uma doença de pele causada por um pequeno ácaro microscópico chamado Sarcoptes Scabiei. O parasita 'cava' túneis nas camadas mais profundas da pele causando intensa coceira, o sintoma mais conhecido da sarna tanto em humanos como em animais. Mas é claro que nem todo prurido (coceira) significa sarna. Além da coceira, que pode ter tão intensa que faça com que o animal pare de comer pelo estresse, a sarna causa perda de pelos, descamações e crostas na cabeça, orelhas e patas, podendo alastrar-se para todo o corpo do animal, se não for tratada.

 No gato, a sarna é causada por outro ácaro, o Notroedis cati. 
   Os sintomas são praticamente os mesmos que nos cães, porém, encontramos lesões principalmente na cabeça e orelhas. Os animais podem pegar sarna no contato direto com outros cães ou gatos doentes, ou pelo contato indireto através de cobertores, roupinhas, toalhas, escovas, etc., contaminados. Por isso, no tratamento da doença, é importante não apenas tratar o animal, mas também os objetos usados por ele, lavando-os com água quente e, se possível, passando a ferro em temperatura alta. A escabiose não deve ser confundida com demodicose ou "sarna negra". Essa última é causada por outro agente, não é transmissível de um animal para outro, mas sim da mãe para o filhote. Enquanto a escabiose pode ser tratada, a sarna negra não tem cura, mas controle. 
   Uma dúvida frequente é sobre a possibilidade dos animais passarem a sarna para o homem. Embora exista um tipo de ácaro da escabiose para cada espécie (cães, gatos, homem, etc.), a sarna dos animais pode, eventualmente, contaminar as pessoas também. As lesões de sarna no ser humano se manifestam como pontos avermelhados nos braços e tórax, justamente as áreas onde as pessoas têm contato direto com os animais quando os carregam. A coceira é o sintoma característico e esse tipo de sarna no homem tem tratamento fácil, na maioria das vezes.
   Para diagnosticar a sarna é preciso raspar as lesões da pele do animal, especialmente as áreas com descamações. A escabiose pode ser confundida com algumas dermatites que também causam coceira, como as alergias. 
    Acredita-se que a demodécia seja, ao menos em parte, genética e cães que possuam essa característica devem ser esterilizados, de modo que não passem a característica adiante. As raças que tendem a ser mais afetadas pela demodécia são a Afghan, Pit Bull Terrier, Staffordshire Terrier Americana, Terrier de Boston, Boxer, Buldogue, Chihuahua, Shar-Pei, Collie, Dálmata, Doberman, Pastor Alemão, Dinamarquês, Pastor Inglês e Buldogue miniatura (pug). O tratamento de sarna pode ser feito na forma de banhos usando produtos acaricidas ou loções tópicas, dependendo da gravidade da doença. É importante esclarecer que não existe vacina contra sarna, como pensam alguns. 
    O veterinário poderá optar por medicação injetável para tratar da sarna, mas essa aplicação só deve ser feita por um profissional, uma vez que os produtos podem ser tóxicos. Escovações e banhos regulares ajudarão a remover crostas e pele descamada provocada pela sarna e podem ajudar a manter seu cão livre dessa doença. Se seu cão tiver sido infestado por ácaros de sarna, lave totalmente sua cama ou outras áreas em que ele dorme. Antes de iniciar um tratamento contra sarna, leve seu animal ao seu veterinário. 
Silvia C. Parisi - Médica Veterinária (CRMV SP 5532) 

 http://youtu.be/42nTuMT8XLE 

SER HUMANO MANEIRO ADOTA UM ANIMAL ABANDONADO.