sábado, 12 de dezembro de 2009
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
INFORME ANIMAL
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais deve encaminhar à Câmara dos Deputados moção de repúdio contra o Projeto de Lei (PL) 4.548/98, que tramita naquela Casa e que propõe excluir do artigo 32 da Lei 9.605, de 1998 (Lei de Crimes Ambientais Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal) a proteção contra crueldade aos animais domésticos e domesticados. Essa foi a proposta sugerida pela presidente da Liga de Prevenção da Crueldade contra os Animais, Edna Cardozo Dias, à Comissão de Direitos Humanos. O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), acatou a sugestão na audiência pública realizada nesta segunda-feira (30/11/09), que discutiu o assunto a requerimento do deputado. Além da moção de repúdio, a comissão vai apresentar um projeto de lei de autoria conjunta, para acabar com a matança de animais abandonados pelos departamentos de zoonoses dos municípios, a exemplo de legislação existente em São Paulo. A audiência contou com a contribuição não só dos ativistas dos direitos dos animais, mas de promotores de Justiça, advogados e a atriz Luíza Mell, que, além de ativista, foi apresentadora de um programa de TV sobre casos de crueldade contra animais.
O PL 4.548/98 propõe a alteração do artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, para que a expressão "domésticos ou domesticados" seja excluída. Dessa forma, permaneceriam sob a tutela do estado somente os animais silvestres. A justificativa do projeto, de se proteger práticas culturais, esportivas e folclóricas, foi um dos principais alvos de críticas dos participantes da audiência pública. ATIVISTAS DEFENDEM MAIOR RIGOR DA LEI Os participantes da reunião repudiaram principalmente os objetivos do PL 4.548/98, que para eles, trata de proteger os empresários de rodeios, vaquejadas e outras manifestações envolvendo animais.
Foram lembradas as lutas contra a crueldade contra animais, desde a tipificação da atividade como contravenção penal até a edição da Constituição Federal e posteriormente a Lei de Crimes Ambientais, que criminalizou a prática. Segundo o promotor Luciano Badini, chefe da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente de Minas Gerais, é a lei que está mais em consonância com a Constituição. Ele afirma que o Ministério Público defende a não supressão do artigo, como quer o PL 4.548/98, porque "a Constituição dispôs que o estado é responsável pela proteção à flora e à fauna, não distinguindo entre animais silvestres e domesticados".
A defesa de mais rigor foi feita pelos deputados Durval Ângelo e Délio Malheiros (PV), a exemplo do deputado paulista Feliciano Filho (PV), um dos mais antigos ativistas dos direitos dos animais no País, e autor da Lei 12.916, de 2002 que proibiu o extermínio de animais abandonados pelo poder público em São Paulo. Feliciano entregou uma cópia da lei a Durval Ângelo, informando que o Rio Grande do Sul aproveitou o mesmo texto e já aprovou sua legislação. Mesmo manifestando sua crença na interrupção da tramitação do PL 4.548/98 no Congresso, devido à falta de tempo, o parlamentar paulista disse que a luta deve ser pelo rearquivamento definitivo dele.
Outro ponto debatido foi a questão do extermínio dos animais abandonados, prática especialmente criticada pelo deputado paulista Feliciano Filho. Segundo ele, não adianta exterminar, pois a população de animais dobra, com mais oferta de comida. "O que resolve é a castração em massa e a identificação sistemática e compulsória dos animais", disse. Ele aconselhou os ativistas mineiros a lutarem junto às prefeituras para que a prática feita por meio dos departamentos de zoonoses seja abolida. Outra crítica foi sobre a matança de cães atacados por leishmaniose. Segundo o veterinário Geraldo Sávio Ribeiro, há vacina para a doença e ela funciona. Assim como o deputado paulista, ele disse que o Estado tem como bancar a vacinação contra a doença, assim como faz com a vacinação em massa contra a raiva.
A atriz Luíza Mell arrancou aplausos dos participantes, ao pedir que Minas Gerais pressionasse seus parlamentares a votar contra o PL 4.548/98. "O Brasil não pode passar pelo vexame de ir na contramão do pensamento mundial, que hoje é de reconhecer os direitos dos animais". A também atriz Gabriela Veiga, do grupo O Teatro Mágico, de São Paulo, recomendou o uso da arte para educar e mudar a consciência da população sobre a crueldade contra os animais. Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; e Délio Malheiros (PV). Também participaram da reunião o o promotor de Justiça de São José dos Campos, Laerte Levai; Franklin Oliveira, da Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte; e o integrante da ONG Gato Preto, Koji Pereira.
Assine a petição contra a liberação dos maus-tratos aos animais: http://www.petitiononline.com/9605x32/petition.html
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